Como cristãos, qual deve ser nosso ideal?
Hoje resolvi trazer mais um texto do meu marido, Manoel, aqui para vocês. E o tema deste é qual deve ser nosso ideal como cristãos. Pensando nisso, existem várias passagens bíblicas que podemos olhar, mas existe uma história que demonstra muito bem o que significa um ideal.
Por isso quero trazer uma história lá no Novo Testamento, que Mateus escreveu no seu livro. Em 10:3, ele diz que era publicano:
Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu
E Mateus 10:4 diz que Simão era zelote:
Simão, o zelote, e Judas Iscariotes, que o traiu.
Outras passagens da Bíblia também citam que Simão era chamado zelote, em Marcos 3:15 e Lucas 6:15.
Para entendermos o que quero transmitir, precisamos saber quem eram os publicanos e quem eram os zelotes.
Zelotes
Eram considerados terroristas, não aceitavam a submissão dos judeus aos romanos, buscavam até matá-los e também quem os apoiasse. Eram totalmente contra o pagamento de impostos e acreditavam em um salvador que traria a liberdade física para o povo judeu.
Publicanos
Eram judeus contratados por Roma para cobrar impostos do seu próprio povo. Odiados pela maioria, tanto por se voluntariar a fazer esse serviço, quanto por ter contato frequente e direto com os romanos.
O que Jesus fez em relação à eles?
Agora que conhecemos o que era cada um, vamos ver o que Jesus fez em relação a eles. Jesus veio para todos nós de modo surpreendente. Esperavam que o salvador viesse de um palácio, mas veio de um estábulo, esperavam um grande guerreiro com conhecimento militar e veio um carpinteiro.
Aqui já podemos tirar um aprendizado, pois às vezes esperamos que Jesus venha nos ajudar de determinado jeito, mas não devemos ficar preocupados com isso, porque ele vai vir da forma que menos esperamos. E do jeito dele, ele muda vidas, cura, salva e batiza com o Espírito Santo.
Jesus surpreendeu a todos em vários aspectos enquanto esteve aqui na terra, mas uma coisa chama a atenção nos três evangelhos e também em Atos dos Apóstolos: toda as vezes que os autores citam um discípulo de Jesus chamado Simão, sempre o chamam de zelote.
E estudando o que é zelote, que caiu a ficha desta lição maravilhosa que Jesus nos deixou através da escolha dos 12 apóstolos, principalmente da escolha desses dois: Simão, o zelote e Mateus, o publicano.
Mateus, o publicano
Mateus provavelmente teve que viver excluído do seu povo por ser publicano e provavelmente fez isso para ter uma vida melhor financeiramente, mas ele deixou para trás todo o seu ideal de uma vida estável e de conforto quando Jesus apareceu no capítulo 9 do livro escrito pelo próprio Mateus, e disse: “Siga-me”. A Bíblia diz que Mateus levantou e o seguiu.
Mateus, por ser judeu, provavelmente conhecia e acreditava nas profecias, mas a atitude que ele teve de deixar tudo para trás e seguir Jesus foi diferente.
Você faria isso se Jesus te chamasse hoje para uma obra no seu reino? Você deixaria para trás seu objetivo de vida e seus ideais para servi-lo?
Que pensemos nisso, pois precisamos deixar de ser cristãos apenas no discurso e começar renunciar a nós mesmos, ou melhor, renunciar nossas razões, orgulho e ideais, para que Cristo viva em nós.
Simão, o zelote
Agora vamos falar de Simão, o zelote. A Bíblia não fala muito sobre ele, só diz que ele era zelote. Era um revolucionário que largou tudo, talvez sua família, para seguir seu ideal.
Seguia aquilo que acreditava cegamente, mas quando Jesus o chamou, ele foi mais um a largar tudo o que tinha, talvez não como Mateus, que tinha bens materiais, mas largou tudo o que acreditava, largou o grupo com que lutou lado a lado... para seguir Jesus e aprender um novo ideal.
Talvez como Pedro, Simão também acreditava em uma revolta e na libertação física do povo judeu, mas mesmo assim, ele se sujeitou a aprender com seu mestre que a libertação não era física, mas espiritual.
O reino pelo qual lutava não seria humano, mas um reino eterno como prometido a Davi, um reino espiritual. Ele aprendeu com seu mestre sobre perdão, justiça, amor e misericórdia.
Ele pôde ver seu mestre dar sua vida por amor a nós, ressuscitar nos trazendo vida e também viu e foi enchido com o Espírito Santo no Pentecoste.
Será que nossas atitudes demonstram o que aprendemos com Jesus? Será que sabemos o que é perdão? Ou temos tanta razão própria que não somos capazes de perdoar? Precisamos deixar nossas próprias razões e ideais para sermos cheios dos ideais de Cristo! O primeiro passo para isso é olhar para Cristo como nosso centro.
O que temos renunciado para seguir Jesus?
Imaginemos agora que Simão era zelote e odiava romanos. E Mateus, que apesar de ser judeu, trabalhava para os romanos. Sem Jesus como mediador, esse encontro não acabaria bem, com certeza. Pois os dois eram opositores em seus ideais. Enquanto um tinha a causa da liberdade do seu povo acima de tudo, o outro tinha a causa da estabilidade.
Então entendemos que a convivência seria conturbada, mas o que quero trazer a você nesse post é que a causa de Cristo precisa se sobrepor a todas as causas e ideais humanos. Só assim, como Simão e Mateus fizeram, colocando Jesus em primeiro lugar, vamos conseguir perdoar, amar, servir, exortar, ajudar e ter comunhão, através do Espírito Santo.
O evangelho de Cristo precisa ser nossa causa e bandeira
Quando nossa razão for Cristo e deixarmos de viver para nós mesmos, Ele trata de nos dar a ferramenta para trabalharmos em seu reino, e no nome de Jesus somos usados para falar da salvação, ajudar pessoas, curar, expulsar demônios, profetizar e muitas outras coisas citadas na Bíblia.
Vemos muitas pessoas preocupadas com ideais humanos, mas nossa guerra é espiritual e só seremos vencedores se nossa bandeira for Cristo.
Mateus 10:39 nos remete à um ideal para que possamos dar tudo, até mesmo a vida, por amor à Jesus:
Quem acha a sua vida a perderá, e quem perde a sua vida por minha causa a encontrará.
Precisamos entregar nossa vida à Ele por completo, não só um pouquinho ou pela metade... Tudo o que temos e somos deve pertender à Ele.
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